Há 59 anos tinha início o deterioramento da transparência, do controle social e do combate à corrupção com o golpe militar

Em 31 de março de 1964, um regime autoritário de ordem militar se instaurou no Brasil. A frágil democracia brasileira só retornaria duas décadas depois. Mas as marcas da censura perduram até hoje com a enganosa noção de que um regime governado por militares seria mais íntegro.

De acordo com o Datafolha, 68% dos brasileiros acreditam que há mais corrupção na atual democracia do que houve durante a ditadura militar. No entanto, não só havia muita corrupção, como havia muito esforço do regime para impedir que os casos fossem descobertos e divulgados.

Jornalistas foram torturados e assassinados para que informações não chegassem à população. Como forma de resistência, o jornal O Estado de São Paulo passou a divulgar poemas de Luís de Camões no lugar de notícias censuradas.

Assim, especialmente após os atentados à democracia brasileira em 8 de janeiro deste ano, continua urgente lembrar que o combate à corrupção e o controle do estado só é possível em uma democracia, em que há imprensa livre e sociedade civil atuante.

A Transparência Brasil lançou a campanha Os Ilusíadas no Dia Internacional do Acesso Universal à Informação de 2022, em alusão à resistência da imprensa. A série de vídeos tem Camões declamando poemas de casos de corrupção acontecidos durante a ditadura militar, que apesar da violência da censura e da repressão, acabaram sendo descobertos.

No dia do aniversário do golpe militar, a TB retoma a campanha criada pela AlmapBBDO com um novo vídeo para recordar que ditaduras não acabam com a corrupção, mas com a liberdade de informar.

Assista no link.