TB entra para rede global da UNESCO que discute ética no uso de inteligência artificial

A Transparência Brasil foi convidada pela UNESCO a integrar sua rede global de ética no uso de inteligência artificial, que reúne organizações da sociedade civil e da academia para contribuir com a discussão sobre a governança de tecnologias. A adesão da TB foi formalizada após o lançamento da coalizão, em jun.2025, durante o 3º Fórum Global de Ética em IA na Tailândia. 

A rede é parte do Observatório Global de Governança e Ética em IA da UNESCO, desenvolvido a partir das recomendações adotadas pela organização mundial em 2021 para promover avanços no uso de IAs para o bem da humanidade. À época, a TB contribuiu com as recomendações, incluindo considerações sobre transparência na formulação, desenho, implementação e no uso dessa tecnologia, bem como sobre os mecanismos de controle externo e social.

O objetivo da coalizão da UNESCO é fortalecer o papel da sociedade civil no debate global  sobre ética no uso de inteligência artificial e de outros sistemas de grandes volumes de dados, além de promover a cooperação entre organizações, Academia e grupos de interesse. 

Como membro, a TB poderá contribuir com o trabalho e decisões da rede, a qual tem como um dos propósitos avaliar a implementação das recomendações de 2021 da UNESCO. Outras três organizações brasileiras também integram a rede: InternetLab, Data Privacy Brasil e Educadigital. São 99 membros no total. 

A diretora executiva da TB, Juliana Sakai, resume a importância da organização em integrar a rede da UNESCO: “É um espaço em que poderemos aprofundar a discussão sobre a governança em inteligência artificial, especialmente a partir das especificidades dos países do sul global, em um cenário em que o Brasil debate e deve aprovar uma regulação”.

Dois pontos de atenção da Transparência Brasil sobre a regulação de IA no país são garantir a divulgação de informações sobre a contratação e uso pelo poder público e a proteção dos direitos das pessoas afetadas por decisões do Estado embasadas em sistemas de IA. Um estudo de 2020 da organização, por exemplo, apontou que as ferramentas em uso pelo poder público têm potencial de interferir em direitos fundamentais, enquanto 47% desses sistemas de IA na época não possuíam indicadores de eficácia.