Desenvolvido pela Transparência Brasil em parceria com o Observatório Social do Brasil (OSB), o projeto Obra Transparente vem monitorando desde maio de 2017 a situação de mais de 130 obras de escolas e creches municipais financiadas pelo Governo Federal em 21 municípios. Em 25 de junho, a equipe do projeto esteve em Taubaté, onde o observatório social parceiro tem monitorado mensalmente, com o aplicativo Tá de Pé, a evolução da execução de quatro novas creches, as quais devem ser concluídas em breve.
O objetivo da visita foi aplicar a metodologia de análise do projeto para verificar as condições gerais das obras, o padrão de qualidade dos serviços executados e o cumprimento do cronograma de execução. De maneira geral, o engenheiro voluntário do projeto atestou pela boa qualidade dos serviços, com algumas falhas de execução passíveis de correção pelas empresas executoras. A equipe do observatório social local acompanhará nas próximas semanas as medidas tomadas pela prefeitura para a solução das falhas identificadas.
Nas quatro obras, foram verificados atrasos com relação ao cronograma inicialmente contratado. Três delas, contratadas em agosto de 2016, tinham conclusão prevista para agosto do ano seguinte, mas deverão ser entregues com cerca de um ano de atraso do previsto. A obra com menor atraso, de aproximadamente dois meses e com entrega prevista para julho deste ano, foi a do bairro Jardim Oásis. Apesar de a obra ter sido abandonada pela empresa executora em 2016, a prefeitura conseguiu contratar uma nova empresa e retomar a obra no fim de 2017.
Construída segundo a metodologia inovadora proposta pelo FNDE, com a utilização de placas pré-moldadas, essa foi uma das muitas obras iniciadas e abandonadas pela empresa CasaAlta Construções Ltda. em diversos estados brasileiros. A empresa foi um dos quatro fornecedores selecionados em licitação do Governo Federal para a execução dos projetos segundo essa metodologia. Contudo, a iniciativa fracassou na maioria dos casos: grande parte das obras iniciadas foi abandonada, e obras não iniciadas tiveram que passar por longos processos de reformulação para poderem ser contratadas e executadas por outras empresas segundo a metologia convencional de construção, em alvenaria.
Participaram das visitas às obras a gerente do projeto, Bianca Vaz Mondo, o engenheiro voluntário Celso Dias, e representantes dos observatórios de Taubaté e da vizinha São José dos Campos, que também integra a rede do projeto. O grupo foi acompanhado por um fiscal do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) de São Paulo, cuja competência é fiscalizar questões pertinentes ao exercício da responsabilidade técnica dos engenheiros responsáveis pelas obras, e também por um fiscal da Prefeitura de Taubaté. O evento contou também com a presença do Secretário Municipal de Obras João Bibiano Silva.
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